Aromaterapia: saiba como usar óleos essenciais para ter bem-estar

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Aromaterapia: saiba como usar óleos essenciais para ter bem-estar

Descubra como os aromas atuam no organismo, os modos de aplicação e os benefícios que propiciam para o nosso corpo e mente

Pense nos cheiros que trazem as melhores lembranças para você. É na memória olfativa que se baseia a aromaterapia — prática terapêutica feita por meio de óleos essenciais que busca o bem-estar e equilíbrio do corpo e da mente. Para saber tudo sobre o assunto, falamos com a médica Geisa Costa, especialista em dermatologia e idealizadora do Art Beauty Center, e com Marcos Yshida Ferrari, reikiano, formado em Terapia Thai e terapeuta no Kurma Spa. Confira!   

O que é aromaterapia

Segundo Geisa, aromaterapia é uma prática terapêutica em que os óleos essenciais são utilizados para melhorar e contribuir com o bem-estar, trazendo mais equilíbrio. “Funciona como coadjuvante em muitos tratamentos, desde a difusão do aroma até a diluição dos óleos essenciais em cremes”, explica a médica. Marcos complementa dizendo que os aromas podem provocar respostas mentais, físicas e emocionais com o seu uso regular.

Como atua no organismo

“Ao inalarmos um aroma, uma informação deste odor é transmitida ao bulbo olfativo. Esta mensagem é enviada à amígdala, órgão ligado às emoções aprendidas, fazendo com que o cérebro produza uma reação de acordo com as memórias que se tem de cada aroma”, explica Marcos.

O terapeuta compartilha uma experiência particular. “Quando morei na Tailândia, em 2008, o aroma predominante nos spas, escolas de massagem e na comida era do óleo essencial de Lemon Grass. Ao inalar este óleo essencial me transporto àqueles dias de aprendizado”, revela.

Além das sensações e memórias que eles são capazes de criar, cada óleo é composto de partículas com benefícios distintos que, ao serem liberadas, ajudam a pessoa a alcançar saúde e bem-estar. “O óleo essencial ajuda a própria planta a se desenvolver em seu ambiente. Ao entendermos como isso acontece, podemos usá-los de acordo com a necessidade do cliente”, conta o especialista.

Ele também cita como exemplo a árvore Melaleuca alternifolia, que cresce em regiões pantanosas, com o clima quente e úmido. “Essas condições são próprias para a proliferação de mofo, fungos e bactérias. Assim sendo, essa árvore deve ter um sistema imunológico interno forte para sobreviver e se desenvolver. A análise dos compostos aromáticos dessa árvore revelou que são naturalmente antissépticos, antibacterianos e antifúngicos. Ou seja, podemos utilizar o óleo essencial de Melaleuca para fortalecer a nossa proteção contra micróbios”, explica.

Benefícios da aromaterapia

“Traz benefícios desde a parte funcional até a patológica. Vem sendo usado no pós-covid, inclusive, para quem teve anosmia (perda do olfato) e ageusia (perda do sentido do paladar). A ideia é fazer um treino do nervo olfatório para poder sentir o cheiro e o sabor”, explica Geisa.

Mas o uso da aromaterapia no tratamento médico e estético não é recente. “Temos relatos de que os egípcios já usavam óleos essenciais tanto na prática médica quanto na beleza e na preparação de comida. Já os gregos utilizavam em massagens. Os romanos, por sua vez, usavam-nos para promover a saúde e higiene pessoal”, conta Marcos.

Em 1937, essas propriedades foram redescobertas por um químico francês ao curar sua mão queimada com óleo puro de Lavanda. “Pesquisas científicas validam os inúmeros benefícios à saúde dos óleos essenciais. Eles como promotores do bem-estar físico, mental e emocional são reconhecidos no mundo todo. É uma prática que ajuda a melhorar a disposição, o humor e a criatividade, pode agir no alívio de tensões e melhora da qualidade do sono, além de rejuvenescer a pele, limpar os ambientes e dar sabor às comidas”, complementa o terapeuta.

Óleos essenciais

Os óleos essenciais são óleos naturais concentrados. “Ao olhar para a casca de uma laranja descascada, vemos pequenas bolhas que são as cápsulas de óleo essencial. Elas exalam um cheiro característico da laranja. São elas que dão às plantas os seus aromas”, explica Marcos.

De acordo com o terapeuta, os óleos essenciais são compostos voláteis, encontrados na planta toda, ou seja, nas raízes, tronco, casca, folhas, flores, frutas e resinas. E eles protegem as plantas contra ameaças, além de promover a reprodução saudável, entre outros benefícios.

Existem dois métodos de extração: destilação a vapor e a prensagem a frio.

A vapor: é uma técnica antiga na qual se utiliza um equipamento próprio para a extração. Coloca-se o material num balão misturado com água. Este balão é aquecido até a ebulição. O vapor da água leva as substâncias aromáticas até o condensador e, por meio de resfriamento, essa mistura volta ao estado líquido. Por ser oleoso, ocorre a separação da água e coleta-se o óleo essencial.

A frio: consiste em colocar o material numa prensa que esmaga até tudo ser expelido. O óleo essencial é então separado com a ajuda de jatos de água. Por meio de centrífugas, passa para a clarificação e, em seguida, por tanques de decantação. “Deve ser feito da forma mais adequada a cada planta, assim obtendo um grau máximo de pureza e benefícios para promover o bem-estar de quem utiliza os óleos essenciais”, diz Marcos.

Veja para que servem cada um dos principais óleos essenciais encontrados no mercado e dicas do terapeuta Marcos para usá-los no dia a dia:

Peppermint (Hortelã Pimenta): “de manhã, ao levantar, uso para acordar a mente. Ele é um poderoso aliado para trazer prontidão e energia. Dá uma sensação de revigoramento”, diz.

Lemon (Limão Siciliano): “na hora do almoço, para edificar e refrescar. Traz mais energia ao dia”.

Lavander (Lavanda): “à noite, uso no difusor. Ele acalma e regenera. Ajuda a ter uma noite de sono reparadora. Também usado no caso de queimaduras”, conta.

Geisa lembra, ainda, que alguns óleo essenciais têm ação cicatrizante e calmante e que servem como coadjuvantes em alguns tratamentos, como o da acne, por exemplo. “Outros preservam a umidade da pele e previnem os sinais do envelhecimento. Alguns minimizam a seborréia e até ajudam no crescimento dos fios”, revela a médica.

Como utilizar os óleos essenciais em casa

Os óleos essenciais podem ser usados de três modos: aromático, tópico e interno.

Aromático: inalação direta, ou seja, passar o óleo essencial nas mãos e inspirar. “Também pode ser realizado por meio de difusores, que são dispositivos que vaporizam o óleo essencial no ambiente”, explica Marcos.

Tópico: os óleos essenciais são facilmente absorvidos pela pele e entram na corrente sanguínea. Podem ser usados diretamente no corpo ou, no caso de massagens, podem ser misturados a um óleo base, como o óleo de semente de uva ou de coco fracionado, para melhorar o deslizamento dos movimentos. “Esses óleos também têm propriedades terapêuticas que são potencializadas ao combiná-los com os óleos essenciais”, diz. O terapeuta alerta, ainda, sobre o cuidado com os óleos essenciais cítricos: evite exposição ao sol logo após a aplicação”.

Interno: podem ser consumidas pequenas quantidades de óleos essenciais na água, chás ou na comida. No entanto, atenção à procedência. “Use somente os que têm qualidade comprovada. Além disso, é necessário cuidado quanto a quantidade, pois o óleo essencial está concentrado. Por exemplo, uma gota equivale a 27 xícaras de chá”, avisa.

Aromaterapia com profissionais

Além de poder usar os óleos essenciais em casa, você também pode contar com a ajuda de terapeutas profissionais para ter um tratamento personalizado. “A sessão acontece para identificar de uma forma holística, ou seja, a partir de uma visão do todo, como está o quadro mental, físico e emocional do cliente”, explica Marcos. Depois disso, são avaliados quais  óleos essenciais se aplicam melhor para cada caso. 

Segundo Geisa, os profissionais indicam exatamente a composição e qual óleo o cliente vai usar para amenizar determinado problema. “O tratamento é muito mais certeiro com as quantidades e funções”, diz.

Existem contraindicações?

“Sim, existem muitas contraindicações. É preciso fazer um teste com óleos essenciais antes de utilizá-los, principalmente na pele e nos cabelos. É importante ressaltar que os óleos essenciais nunca devem ser aplicados diretamente na pele, pois podem causar irritação, uma vez que são muito concentrados”, avisa Geisa.

A médica conta, ainda, que já recebeu muitos pacientes, inclusive crianças e bebês, com queimaduras e dermatites de contato por conta do uso indevido e incorreto dos óleos essenciais. “Então, primeiro precisa diluir o óleo essencial em outro óleo Eles devem ser diluídos em um óleo carreador vegetal, como por exemplo, óleo de abacate ou de coco. E as gotas são, no máximo, duas ou três”, ensina.

Além disso, nunca aplique diretamente nos olhos ou nos canais auditivos. E gestantes precisam ter um cuidado extra, em especial nos três primeiros meses.

2021-08-18T14:25:46-03:00
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