Aromas
A história do perfume e a influência dos aromas em nossas vidas
Antes de tudo, por que usamos perfume? Para essa resposta precisamos olhar para trás na história, em 1500 especificamente, onde higiene era o maior privilégio, apenas a família real poderia ter acesso, que no caso, tomavam banho uma vez ao ano devido ao extremo frio e a quase inexistência de água encanada. O único banho era tomado em Maio, por isso muitos casamentos eram realizados em Junho, pois assim, o cheiro das pessoas ainda era tolerável e, caso caso não fosse, o buquê de flores ajudava no odor.
Perfumes são produzidos desde a pré história, os gregos contribuíram muito para sua produção, mas este ficou realmente conhecido em meados do século XIV na França, exatamente pela falta de higiene e aquecedores na época, ajudava no odor que o corpo exalava.
Com o avanço da tecnologia e os estudos químicos, os perfumes foram ficando mais refinados e com cheiros prolongados, e sua popularidade também crescendo cada vez mais. Em 1900 o perfume virou item fashion quando os grandes designers começaram a relacionar perfume com a moda. Foi nessa época que grandes marcas surgiram para acomodar os desejos da classe elitista para produtos exclusivos de luxo.
Em cada momento da história se tem diversos tipos de aromas sendo os mais procurados e bem sucedidos, com o avanço de pesquisas químicas ajudaram a extrair novos aromas da natureza, e até mesmo, criar novos inexistentes.
Segundo Jean-Claude Ellena, perfumista da marca Hermès e escritor do livro “Perfume, the Alchemy of Scent”, os melhores perfumes são aqueles que conseguem equilibrar as melhores notas aromáticas e fazer deles harmoniosos para criar uma experiência inesquecível aos consumidores, que o façam criar novas memórias, relacionar a fragrância, associando seu aroma com atributos da marca.
Os odores são partes do Sistema humano para reconhecer e ajudar na sobrevivência, assim como cheiro de fogo, fumaça, entre outros que são um alerta para perigo. No mesmo caso se tem aromas que são prazerosos aos humanos, e cada um relaciona com algum tipo de memória olfativa, que nada mais é do que a memória que você tem quando percebe um tipo de aroma.
Muitos químicos estudam até os dias de hoje melhores maneiras de extrair odores de um determinado “objeto” seja ele fruta, flores, árvores até mesmo momentos e cidades. Como muitas dessas categorias são quase impossíveis se extrair o odor, químicos analisaram as moléculas presentes nestes para compor ou “copiar” odores que, na percepção humana, se associa com o item existente.
Muitos aromas, em pesquisas de perfumistas, duravam apenas um segundo no ar, com isso, estes pesquisadores criaram fórmulas balanceadas que compõe o tempo do perfume com os aromas que serão “soltos no ar”. No primeiro momento, as pessoas podem sentir aromas da primeira nota, esta é a nota mais fácil porém que se desfaz ao ar mais rapidamente, dando o lugar para a segunda nota, que é perceptível por mais um longo período de tempo e então a última nota, que se prolonga a duração de um dia ou mais.
Cada uma delas associando a um tipo de experiência, em que juntas, podem se transformar em algo ainda inexistente em sua memória. Algo que ainda não presenciou ou sentiu. A memória olfativa não vem apenas de experiências vividas mas também passadas por ancestrais. Por exemplo, antigamente o aroma amadeirado era usado em produtos de limpeza, sendo assim associados ao bem estar e luxo nas casas. As flores, como tem o odor forte, eram usados na época em que a hygiene era escassa e assim, lembradas em momentos de felicidade e luxo, já que muitos jardins da realeza eram repletos das mais bonitas flores.
A memória olfativa pode ser mudada dependendo de suas experiências, mas também existem aromas que influenciam diretamente no cérebro de qualquer ser vivo, podendo o deixar mais calmo ou mais alegre como a camomila que ajuda a relaxar presente também em tribos para o uso medicinal, e na França para chás. Ou mesmo aromas cítricos para dar mais energia e mais felicidade.
